Ao entrar na cidade de Jesusalém montado num jumentinho (Mateus 21.5), o Senhor Jesus, como de costume, deve ter confundido a mente de governantes e religiosos de sua época. Como entender que alguém que pretendia ser “Rei” pudesse estar entre as pessoas de maneira tão simples? Não deveria ele cruzar as ruas da cidade cavalgando num belo cavalo branco? Onde estariam seus súditos? Por que as trombetas não soavam?
A entrada triunfal de Jesus é coerente com a sua história de vida. Desde o seu nascimento, evidenciava-se que Deus confundiria os sábios e entendidos desta sociedade (1 Coríntios 1.25). Todo e qualquer passo de desenvolvimento do Senhor revelava esta decisão divina. Seus pais, sua casa, seus discípulos, sua fala, seus alimentos e qualquer outra condição indicavam que a simplicidade era uma maneira de encarar a vida.
Mas, o que significa viver com simplicidade?
Simplicidade é a ausência de adornos, extravagância e excessso. É a presença de equilíbrio, serenidade e compreensão madura sobre a vida e os valores que nos cercam. Simplicidade é a disposição de não querer as luzes. É a firme decisão de sair do palco e da centralidade dos olhares, nem sempre atentos, das pessoas. Simplicidade é um caminho-irmão da humildade, do silêncio e do diálogo. Simplicidade é o contentamento saboroso com aquilo que Deus nos concede para ter e ser.
Quando escolhemos a simplicidade, descobrimos que somos parte do todo. Reconhecemos que temos valor quando outros complementam o cenário. Indicamos que chegaremos ao final juntamente com todos aqueles que entendem o que significa ser amigo, solidário e cooperador.
Que nesta Páscoa, diante de tantos apelos e convites para que façamos da soberba e do luxo nossos companheiros, façamos da simplicidade uma expressão clara do nosso compromisso de ser discípulo dAquele que é exemplo entre nós: Jesus, o simples.
Pr. Paulo Sergio
